ChatGPT feito em Remix? 🤨
🧠Esta é a edição #2 da minha newsletter Logbook for Devs, um logbook dev com relatos da jornada: onde exploro temas técnicos e reflexões com narrativas leves e diretas — sem fórmulas prontas.
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Alguns dias atrás fiz uma postagem no LinkedIn sobre o fato de o ChatGPT ser feito em Remix.
Na verdade, o projeto começou em Next.js, mas foi migrado para Remix por uma questão de arquitetura. E isso me levou a uma pergunta que todo dev já se fez em algum momento:
Como escolher o framework ideal?
É fato que o React está cada vez mais assumindo o papel de “linguagem”. Frameworks surgem sobre ele o tempo todo — e o próprio React tem caminhado para o lado servidor.
NĂŁo estou dizendo que ele virou backend ou um novo PHP, mas sim que passou a resolver dores antigas das SPAs: SEO, menor dependĂŞncia de suporte de browser, mais controle sobre performance... tudo isso virou nativo.
Por isso, não só o Next.js e o Remix, mas também iniciativas como Tanstack Start — e até opções fora do ecossistema React — estão seguindo esse fluxo. É um movimento maior do que parece.
E quando usar cada um?
- Se você quer capturar informações de forma mais nativa, com pouco ou nenhum JavaScript, o Remix brilha.
- Se busca impulsionar seu desenvolvimento numa mistura equilibrada entre client e server, o Next.js entrega bem.
- E se quer poder total nas decisões estruturais, o Tanstack Start (ainda novo) é promissor.
No fim, a escolha depende de perguntas como:
Como seu usuário vai usar o produto? Qual o perfil técnico dele? Quanta granularidade você precisa controlar?
Foi pensando nisso que cheguei no caso do ChatGPT.
Era pra ser só uma resposta rápida. Mas quando vi, já tava no meio de um mergulho técnico sobre frameworks, formulários, validação... e como decisões de stack contam muito mais sobre o produto do que parece.
Por que a OpenAI trocou Next.js por Remix?
Comecei a comparar os dois frameworks. Ambos hoje têm suporte pra server functions, submissões via action, validadores como Zod... Mas a forma como se organizam muda tudo.
O Remix parte do princĂpio de que formulários sĂŁo parte da web. Ele nĂŁo exige JavaScript pra lidar com erros, loading ou estados. Tudo flui via navegação natural.
Já o Next.js, mesmo com Server Functions e useFormState, ainda exige mais engenharia no client — o que dá flexibilidade, mas cobra um preço.
E aĂ caiu a ficha:
O ChatGPT é um app extremamente complexo por dentro, mas com uma interface absurdamente simples. O principal “formulário” dele é uma textarea. Não exige validação progressiva, nem campos dinâmicos. Ele só precisa de confiabilidade, leveza e transições suaves.
E nisso o Remix brilha.
Ele entrega exatamente isso — sem precisar de JS, nem sobrecarregar o lado do cliente. Navegação, estados, erros... tudo no pacote.
Moral da histĂłria?
Nem todo app precisa de React Hook Form, Zod, Zustand, Suspense e toneladas de lĂłgica client-side.
Ă€s vezes, um simples form method="post"
resolve mais do que parece.
E às vezes, uma pergunta boba é só o começo de um baita aprendizado.
Se você trabalha com produtos digitais, vale demais olhar pro que grandes empresas estão fazendo. Não pra copiar. Mas pra entender o porquê por trás das escolhas.
Remix ou Next?
Depende do app.
Mas entender o que você tá construindo — e pra quem — muda o jogo.
🌊 Marés da semana
- O GitHub entrou de vez na brincadeira e lançou um MCP Server oficial. Hora de turbinar nossos PRs direto do VSCode com IA. (E pra quem ainda não tem Cursor: Cline e RooCode são opções bem interessantes.)
- Já se pegou pensando em como nosso cérebro se parece com um computador? Todos aqueles neurônios e conexões como se fossem circuitos de uma placa-mãe? Se sim, você não está sozinho — tem cientista que leva isso bem a sério. Dá uma olhada nessa pesquisa sobre como cada neurônio pode funcionar como múltiplos microcomputadores em paralelo.
- O Brasil deu seu primeiro passo (pra frente ou pra trás?) em relação à regulamentação da IA. A proposta visa proteger direitos e estabelecer diretrizes... mas com uma curiosa isenção das Big Techs. Google, Meta e cia ficam de fora — justo elas, que detêm o maior poder sobre isso? Curioso... Se quiser entender melhor, esta na PL 2338/2023.
📦 Treasure - Good Stuff
- Independentemente do framework, React é React — e seguir boas práticas de performance continua sendo essencial. Há um tempo troquei o React DevTools pelo React Scan, e venho curtindo bastante. Ele rastreia re-renders e mostra suas origens, além de ser super fácil de usar (via script CDN mesmo — easy).
- Se a ideia é monitorar performance e efeitos colaterais com mais profundidade, vale ficar de olho no **Million** (sinceramente, não usei ainda, mas é chique… Então talvez seja promissor?)
- E quando o papo é gerenciamento de estado, às vezes a gente só quer simplicidade real. E uma opção que gosto muito é o **NanoStore,** leve, direto, quase terapêutico.
⚓ Se chegou até aqui, já deu pra sentir o clima de bordo.
Essa é uma das entradas do meu Logbook for Devs —
onde registro ideias, reflexões técnicas e ferramentas que cruzam meu caminho na jornada dev.
Toda terça e quinta tem uma nova anotação de rota, com marés atualizadas e tesouros recém-descobertos.
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