Discordo, você está propondo ser o que a pessoa não é, para ser aceita num ambiente do qual ela não faz parte. Isso vai ter um preço, cedo ou tarde. Temos que ser o que somos e buscar nosso lugar de acordo com nossas aptidões, talentos, etc.

É uma questão moral: no Brasil, ser falso, mentiroso, até criminoso, tende a ser premiado, enquanto que a pessoa que rala, segue alguma regra, tem alguma moral ou ética, faz as coisas certas e não as fáceis, tendem a não crescer, ou pior, serem excluídas. É uma questão de sacrifício por algo maior, caminho esse já ensinado alguns milhares de anos atrás.

Complemento: Big Brother vem do livro de ficção 1984, de George Orwell. Recomendo a leitura.

Entendi man,

Não estou pedindo para a pessoa deixar de ser quem ela é, apenas estou explicando que a política de escritório existe e, muitas vezes na vida, você vai ter que se adaptar ao ambiente. Tenho uma pergunta para você: você conhece uma empresa que seja 100% meritocrática? Onde pessoas mais introvertidas ou mais assertivas conseguiram promoções ou maior visibilidade? Se você conhece, por favor, me indique, pois também quero trabalhar nessa empresa!

O livro que você me recomendou, eu já li umas três vezes. O livro é bom! Mas obrigado por recomendar!

Eu não conheço nenhuma empresa 100% meritocrática e também nem 100% política. É sempre uma mistura dessas coisas todas e outros fatores que não quero expandir a discussão aqui. Acredito que, individualmente, temos qualidades e defeitos, e existem espaços para o qual somos um melhor 'fit'. Acho que tentar ser o que não somos ou tentar mudar aspectos pessoais nossos que contrariem nossas crenças vão cobrar um preço muito caro, cedo ou tarde. É uma questão pessoal, porque se o objetivo final é escalar a escada meritocrática/política da empresa, ser o dono da coisa toda, ou ser o mais rico, são os seus valores que definirão as ações que você fará para chegar nesse objetivo. Tirando a moral de lado, não quero parecer enrolador: competência, sozinha, não vai fazer ninguém ter sucesso. Ser o amigão de todo mundo também não. Mas certamente ter essas qualidades naturalmente ajudam muito.
Entendi perfeitamente agora, mas falo por mim: não sou o tipo zoeiro, nem participo muito do grupo do WhatsApp. Porém, reparei que, em todas as empresas por onde passei, quem motiva o grupo são os engraçadinhos, os extrovertidos, a galera que perde a linha nas confraternizações. Se você não participa da zoeira, acaba não criando a tal afinidade, entende? Outra coisa: trabalhei com um cara que era o preferido dos chefes. Ele só falava o tempo todo do esporte que praticava, e os puxa-sacos sempre elogiando esse cara. O problema é que esse cara era de outra consultoria e claramente não estava trabalhando em parceria comigo e minha equipe para entregarmos o software. Ele prejudicou três pessoas da minha equipe e queria se tornar o líder técnico de várias squads da empresa. Essa empresa, por ter suas preferências estabelecidas, não valorizava nossas contribuições para os projetos. Além disso, por interagirem apenas entre eles, acabavam dizendo que nós éramos muito tímidos. Entende? Eles não davam espaço para a gente participar e depois falavam que era culpa nossa. O que estou querendo dizer aqui é que acredito que, em todas as empresas, sempre vai haver alguém que se destaca por ser mais entrosado com todos. Esse cara da outra consultoria nem era bom tecnicamente e muito menos tinha habilidade de liderar, mas chegou a ser líder apenas por influência. No meu caso, já que não sou o tipo zoeiro, como vou gerar afinidade com as pessoas? Não acredito que exista uma empresa que vá valorizar mais as entregas e minha contribuição. O grande problema é que os engraçadinhos e extrovertidos, na maioria das vezes, são melhores tecnicamente e mais sociáveis do que você. Por isso, o introvertido sempre será o menos reconhecido. Sem contar que as pessoas que interagem mais ficam mais atualizadas com o que está acontecendo. Nem vou entrar no assunto sobre as fofocas, a famosa "rádio peão", porque é uma realidade que acontece em todas as empresas também! A empresa ideal para mim não existe. Ela teria que ter bons líderes, pessoas humanas que possuam fortes habilidades interpessoais, que saibam resolver conflitos. Precisaria ser um ambiente que respeitasse a personalidade de cada colaborador e tivesse um plano de carreira bem desenvolvido. Há empresas que vendem a ideia de possuir um plano de carreira, mas a verdade é que muitas consultorias simplesmente te colocam no cliente e te esquecem lá! Vou te dar um exemplo do impacto que uma pessoa que não sabe lidar com pessoas pode causar. Esse cara, que era o preferido do cliente, virou líder técnico (tech lead). Ele percebeu que a equipe não estava cumprindo os 80% de cobertura dos testes unitários exigidos, mas esperou a sprint acabar para reclamar sobre isso na retrospectiva. Percebe o erro aqui? Uma sprint na empresa onde eu trabalhava tinha duração de 15 dias. Por que, na primeira semana, quando ele viu o erro, não criou um grupo e nos informou sobre o problema? Assim, teríamos corrigido a rota e consertado o caminho. Dar feedback no final do processo não é feedback, é bronca! Obrigado por contribuir!!