Devin e as promessas de IAs substituindo humanos na tecnologia

No início de todo esse hype de IA generativa tínhamos esse receio, mas as ferramentas surgiam como assistentes, copilotos e coisa do tipo, agora, as promessas já são mais descaradas: de inteligências artificiais como engenheiras de softwares, desenvolvedoras e programadoras de forma mais ‘autônoma’.

Já não é a primeira vez que trago este tópico a tona na newsletter, mas é que pelo menos a cada 2 meses uma ferramenta nova surge e trazendo consigo uma onda de preocupações, surtos de ansiedade e uma série de conteúdo sobre o futuro de diversos cargos da tecnologia, entre eles os de engenheiros, desenvolvedores e etc…

E a onda desta vez foi o tal do “Devin”, produto da Cognition AI que veio com essa promessa: the first AI software engineer.

Obviamente isso traz um certo desconforto para a maioria das pessoas, tanto para quem já é da área, quanto aos que estão no início de carreira, principalmente aqueles que estão prestes a entrar.

E o que me impressiona agora é o senso de urgência das previsões.

Antes, era comum se perguntar como seria a área daqui 10, 20 anos, agora, já encurtaram previsões para os próximos 2, 3, 5 anos.

Isso pois costumam atrelar que as mudanças de mercado possam acontecer na mesma velocidade em que as inovações das próprias IAs.

Para quem já está no mercado, consegue contemplar que a maioria das empresas adota uma postura mais ‘conservadora’, esperando um ponto de maior maturidade para as tecnologias que são lançadas, e pra conseguirmos avaliar essa maturidade, leva-se um certo tempo.

Além da substituição propriamente dita, as preocupações variam também em uma possível diminuição de vagas, uma vez que ao invés de ter 10 pessoas no time, você pode ter 5 ou menos produzindo mais com o auxílio destas IAs.

O que eu prefiro pensar!

Claro que reconheço o potencial impacto das IAs na área, mas prefiro ser pé no chão, e tentar ao máximo estar preparado, adaptável.

Como compartilhei recentemente no Instagram (segue a gente lá), tenho usado o Codeium como assistente de código no meu VSCode, e tem me ajudado a ganhar um pouco mais de agilidade no desenvolvimento.

Claro que vez ou outra ele mais atrapalha do que ajuda, seja atrapalhando meu raciocínio ao sugerir as complementações, como sugerindo errado, mas no fim do dia tem sua utilidade.

O que eu mais gosto é o chat que ele possui, semelhante ao o Github Copilot Chat, este sim é útil, pois quando temos alguma dúvida, ou esquecemos o nome de alguma função, ele age como se fosse um colega de trabalho mais experiente ali te auxiliando.

Ou seja, as ferramentas estão ai para usarmos, e nos ajudar a entregar ainda mais valor para nossos clientes e projetos.

Agora, quanto ao futuro, é impossível prever qualquer coisa.

Eu sei que tanto você, quanto eu, queremos ter controle sobre o que vai acontecer, mas é uma ilusão que acompanha o ser humano desde sua criação.

Devemos estar atentos, pois a paralisia causada pela ansiedade ou preocupação excessiva pode comprometer nosso presente, e isso sim tem o poder de configurar algo ruim no futuro.

Além disso, por que não vislumbrar um futuro onde toda essa eficiência que as IAs trazem possam aumentar ainda mais a necessidade por trabalhadores de tecnologia, novos negócios e diversas outras oportunidades?

Afinal, subiu o teto de possibilidades, aumentaram as soluções (consequentemente mais problemas podem agora ter soluções melhores).

E tudo isso necessita de mais gente.

E pra fechar: conhecimento nunca é prejudicial.

Pessoas que entendem de tecnologia, que entendem de como as coisas funcionam por debaixo dos panos, da arquitetura, lógica, estrutura de dados e conhecimentos relacionados, estes que constituem a base do desenvolvimento e da engenharia de software, jamais perderão seu valor.

Sendo assim, sejamos realistas que: haverão mudanças.

Quais elas seriam? Não sabemos.

Serão elas todas exclusivamente prejudiciais a nós? Não acredito.

Mas também não será um conto de fadas com tudo lindo e maravilhoso.

O melhor a fazer é:

• Usarmos as ferramentas que podem nos auxiliar a melhorar nosso trabalho e entrega de valor.

• Como dito acima: entendermos ainda mais como as coisas funcionam.

• E não nos iludirmos que se as IAs fazem algo pra nós, pensarmos que é perda de tempo aprender.

Este último pensamento não deve nos impedir de usar a ferramenta mais potente criada até hoje: nosso cérebro.

Obrigado pela leitura até o final!

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