Minha opinião e visão é exatamente a mesma que a sua.
Eu programo desde os meus 13 anos e já fiz diversas coisas. Hoje tenho a sorte de ainda estar empregado. Estou buscando me reposicionar para vagas melhores, mas principalmente focado em criar fontes de rendas alternativas (preferencialmente usando programação como base, porque é o que eu gosto de fazer).
Entrei no mercado relativamente tarde. Isso porque assim que entrei na faculdade percebi que faltavam coisas a serem ensinadas no sistema tradicional de ensino (entrei numa Federal, então assuntos como empreendedorismo e esse tipo de coisa é muitas vezes mal visto por muitos, inclusive professores). Tentei seguir nesse caminho por muito tempo, até ver que o dinheiro por si só não era suficiente pra me satisfazer. Chegou a pandemia e decidi me posicionar no mercado para aprender de fato aquilo que mais gosto, tecnologia.
Enfim, não quero contar toda minha trajetória profissional aqui, mas o meu ponto é o seguinte: estamos de fato entrando no apocalipse tecnológico como você bem colocou.
Pra embasar esse meu ponto, podemos verificar essa entrevista do aclamado Bill Gates. Nela ele diz o seguinte:
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Ele (ninguém menos que Bill Gates), tem medo das Inteligências Artificiais;
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Ele diz que é a primeira tecnologia que não tem limite;
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Ele cita o filme Her e diz que é possível se sentir conectado com as IAs que foram treinadas para se comportar como parceiras de vida, professores ou coisa assim.
Sendo ele uma pessoa muito inteligente, um visionário da tecnologia, acho que vale levar em conta o que ele diz. Então vamos observar com mais cuidado... ele fala que tem muitas coisas boas que a IA pode fazer, mas a entrevista termina antes dele conseguir falar das coisas ruins que ela pode fazer também. Essas coisas são as mais diversas. Basta pensar no número de ligações SPAM e no tanto de golpe que tem hoje na internet por aí.
Dai, vem a questão do empreendedorismo, que é umas das bases de nossas sociedades capitalistas. Eu não deixei isso muito claro no meu texto, mas fiz um comentário em uma das respostas, onde mostro a minha visão sobre o que acho que vai acontecer. Estamos vivendo um momento onde veremos cada vez mais euprendedores (solopreneurs). Isso significa que a necessidade de contratar outras pessoas vai diminuir com o tempo (conforme as IAs se tornem mais acessíveis - lembrando que a Meta já está colocando as IAs no Whatsapp e nas suas outras aplicações).
O livro Admirável Mundo Novo (1932) previu muito bem a sociedade que vivemos hoje. Isso porque ele percebeu uma coisa: as pessoas tem uma sede infinita por distrações (aqui uma tirinha que mostra a diferença desse livro para o livro 1984). Sendo assim, pouquíssimas pessoas vão de fato conseguir entender o que essas tecnologias estão a fazer. Basicamente, elas estão e vão ser cada vez mais usadas para fazer aquilo que é mais básico na internet: produção de conteúdo. Seja texto, áudio, foto, imagens, filmes, séries, jogos, programas interativos (software), etc.
Ou seja, além disso, ela também consegue transmitir conhecimento. Claro que tem suas imperfeições, mas isso é suficiente para empoderar indivíduos e empresas. Ou seja, se usarmos o pensamento indutivo aqui, onde isso vai chegar? Basicamente em produção virtualmente infinita.
Acontece, que vivemos em um mundo de "recursos" limitados (inclusive seres humanos). A equação não fecha.
Com isso em mente, o que vejo que vai acontecer é que questões como salário básico universal de fato são questões que em alguns anos ou décadas vão ser de fato pertinentes. Também questões como sustentabilidade e o possível fim do mundo por esgotamento de recursos também vão ter mais relevância.
Nessa loucura toda, voltando pro contexto de carreiras em programação, a barra para contratação vai só subir, já que a maioria das empresas busca por profissionais prontos (com todo o conhecimento da stack em que atuam), sendo que hoje, uma criança com as devidas bases conceituais e vontade necessária já consegue aprender. Eu mesmo sou junior (me formei a 1 ano), e sei de temas em computação que normalmente somente profissionais mais seniores discutem no dia a dia. Acontece que tenho total noção que mostrar esse tipo de conhecimento para a empresa que atuo é algo totalmente inútil. Não é do interesse da empresa me fazer crescer ao mostrar meu conhecimento. Esse interesse é meu, e devo fazer isso da forma que achar mais cabível. Ou seja, empreeender. Por que não é vantajoso mostrar o conhecimento no seu currículo, linkedIn e afins? Também o é. Mas você fica dependente de um terceiro reconhecer.
Com isso, consigo mostrar de forma tranquila, que de fato, a tendência é que cada vez mais seja possível fazer empresas com menos pessoas e usando menos recursos. Isso não quer dizer que a produção vai diminuir, quer dizer que ela vai aumentar. E daí, de novo, chega nos temas que disse que terão mais relevância com o passar dos anos. Ou seja, é bem óbvio na verdade. De fato, estamos vendo os primeiros anos de uma tecnologia que vai mudar a sociedade humana.
Outros pilares da sociedade já estão sendo afetados pelo avanço das tecnologias também, o PIX (e agora o seu primo DREX), são apenas vislumbres do que está por vir. Aqui já entramos em papos futuristas e tals, achismos meus, então vou parar por aqui. Acho que consegui embasar bem a minha opinião que concorda com a sua. Espero que tenha gostado e que seja útil de alguma forma.
(Continuação porque vi que faltaram comentar algumas coisas)
Comentaram aqui nessa publicação que essa situação é por conta de uma espécie de segunda bolha da internet. Defende o ponto de que isso tudo é uma questão de mercado, porque todo mundo achou que vai ficar rico fazendo startup.
Minha visão sobre isso é diferente. A verdade é a maioria dos problemas mais fáceis de se resolver da humanidade já foram resolvidos por pelo menos alguma empresa de tecnologia. O que quero dizer com isso? Que os maioires problemas ainda não foram: desigualdade, falta de educação, fome, miséria e outros.
De resto, em 70% a 90% dos casos, já existe uma solução para o problema, por meio de um software, serviço, ou algo assim. Empresas de tecnologia que unem serviço de atendimento de humanos ou mesmo somente com o software resolvendo esses problemas é algo comum. Então, o que acontece é que ao se criar uma nova solução pra tentar empreender, a competição já está posta. Dificilmente surgirão ideias realmente inovadoras daqui pra frente, que resolvem problemas que nunca antes foram resolvidos ou de formas nunca antes vistas. A inovação vai residir nos problemas das soluções já existentes. Ou seja, esse tipo de solução ainda vai ser valorizada. A barra técnica é mais alta, mas ainda existem caminhos. A inflação é uma regra basica do mercado, então o dinheiro vai perder seu valor com o tempo, o mercado imobiliário não vai mais fazer sentido (isso porque o espaço para construção nas cidades vai diminuindo). Enfim, basta observar o que se tornou o Japão (alguns aspectos somente, claro). O resto do mundo está caminhando pra isso, alguns mais rapidamente, outros mais lentamente. Nas grandes cidades, pequenos espaços serão a norma. Enfim, por isso que Blade Runner, Matrix, Cyberpunk, Neuromancer são produções tão boas. Pode parecer papo de louco, mas é esse o caminho que estamos seguindo. Por isso tudo que trabalhar pra uma empresa hoje em dia não é vantajoso em termos financeiros. Uma menina de 9 anos pode ganhar mais de mil vezes que um profissional que estudou e suou anos para se desenvolver na profissão. Isso porque a atenção é a coisa mais importante, como digo no texto que postei aqui no TabNews. Quem a tem, ganha dinheiro, puro e simples. Se você tem atenção das pessoas, você ganha dinheiro. Por isso, simplesmente produzir conteúdo chamativo na internet é tão lucrativo, e vai continuar sendo.
Pronto, acho que agora foi de fato.
Cara, sensacional... Assino embaixo do que você disse, veremos MUITAS transformações em breve. Acredito que estamos vivendo um momento de singularidade tecnológica.