Dev bom tem vida pessoal?
"os devs bons não separam muito a vida pessoal da profissional"
Recentemente a bolha tech tem falado muito sobre “os devs bons não separam muito a vida pessoal da profissional”, e aqui vai meus 10 cents de contribuição.
Não existe essa necessidade de se matar de estudar para se tornar dev, ou para se manter no mercado. Muita gente parece acreditar nisso e não está errado, uma parte considerável do mercado de TI, é formado por empresas e times medíocres medianos.
O que mais você encontra por aí são projetos que param no tempo, que a última atualização de bibliotecas, foi um evento há uns 10 anos.
O que estudar?
Talvez a maior confusão que role sobre esse tema, esteja na realidade ligado ao que estudar. Se você já domina uma linguagem de programação e um framework, sua vida não vai melhorar se você aprender outro par, salvo quando o projeto cai em seu colo e ninguém do time sabe o que fazer com esse embrolho. O que mais te dá vantagem em estudar são coisas que mudaram muito pouco nos outros 30 anos, como princípios de desenvolvimento de software, estrutura de dados e system design.
E esse monte de ferramentas
E se tu já estuda system design e não aguenta mais ouvir falar de ferramentas, é simples, escolhe uma ferramenta popular por grupo, aprende como ela funciona e se precisar usar outro, aprende remunerado, ou seja, quando já estiver contratado para trabalhar com essa ferramenta.
O mais importante são os conceitos, por exemplo, para quem precisa de um dev para trabalhar com um message broker, não importa se você conhece o Kafka, RabbitMQ ou se só fez alguma coisa nessa linha usando um redis. O que importa é que você entenda os conceitos envolvidos, que tenha feito um projeto tenha alguma experiência previa, e o resto você se adapta enquanto trabalha.
Conclusão
Tá tudo bem em não querer sacrificar tempo livre para ficar aprendendo coisas novas, mas não da para combinar isso com as reclamações, que o mercado está lotado e/ou que as empresas pagam muito mal. O seu salário será inversamente proporcional a quantidade de pessoas disponíveis no mercado para te substituir, quanto mais fácil for encontrar outro que faça o mesmo que você, menos você ganha. No meu caso, prefiro ser surfista de hypes. Já que gosto de trabalhar com o que tem de mais novo por aí, ou pelo menos algo perto disso, além de estar nessa para ser bem pago, e de quebra não gosto de dar manutenção em legado. Então, para mim não é uma opção não estudar, ou ficar na mesmice, eu estarei sempre indo na direção do que é mais difícil, é onde a concorrência é menor e por consequência as compensações são maiores.
Minha mãe já dizia que "a gente não vive pra trabalhar, trabalha pra viver".
Preocupante essa ideia de que vc não pode viajar, descansar, ver a familia, namorar, por seu filho pra dormir ou assistir série porque vc é um programador que precisa ficar 24 horas conectado.
Cuidado, gente. Saúde — inclusive a mental — a gente só tem uma. É mais facil arrumar outro emprego do que outra saúde.
Mas dá pra estudar e ter vida pessoal, ninguém consegue viver de programação 16 horas por dia ou mais. Ok, se você quer(ou sente que precisa) aprender coisas novas, pode precisar usar algum do seu tempo livre, mas daí pra não ter vida pessoal é uma distância, e não acho que tenha a ver com separar o pessoal do profissional também.