Não deveria ser skill obrigatória. Tem muita coisa mais eficar em te dar um bom discernimento do mundo, da sociedade e fomentar um pensamento crítico.

Por exemplo: leia os clássicos da literatura nacional, pode começar pela ácida crítica machadiana da sociedade brasileira (que não mudou muito). Pode ler Torto Arado para entender melhor como sobre o interior do Brasil. Pode ler Lavoura Arcaica para saber mais sobre os problemas que a religiosidade nos impõe. Pode ser Os Sertões para ter uma mínima ideia do que foi a revolta de Canudos.

Pode também se focar nos livros de história e entender os acontecimentos desse país ao longo dos séculos - Mucker, Farrapos, Balaiada, Sabinada, ditaduras e golpes.

Ainda, pode ampliar o que se aprender em filosofia para entender como o ser humano se posiciona no mundo e na sociedade. Como as nossas relações moldam o que somos e o que seremos - e os nossos filhos serão.

Criar coisas interessantes você também pode usar as artes - escrita, pintura, escultura - todas com bem menos necessidade de dinheiro e investimento.

A ideia de uma educação STEM/hard skill serve muito bem pra criar o contrário do que você disse: pessoas alienadas e que só estão prontas pra realizar trabalho/ganhar dinheiro. Aliás, essa visão educacional não é nova, se chama "utilitarista" e, no Brasil, tem a gênese nos anos da ditadura civil-militar, onde a ideia era criar uma pessoa que fosse capaz de trabalhar.

Eu sei que a sua intenção foi boa, mas o utilitarismo dessa educação proposta não serve para construir uma sociedade (como é o caso da sociedade brasileira, que ainda não se construiu por completo e ainda amarga vários vícios dos anos de escravidão, por exemplo). Tecnologia não é bala de prata. Educação em si não é bala de prata. Precisa ter projeto de cidadania, de inclusão, de diversidade, de entendimento do povo, das pessoas e, principalmente, empatia. Programação é uma hartd skill aprendível a qualquer momento da vida, por quem quiser, e que, via de regra, não faz falta na formação de ninguém como língua portuguesa, matemática, história, inglês, sociologia e tantas outras que já estão no nosso currículo.