Por que decidi criar uma newsletter para o Tintim?

Decidi revelar a minha estratégia

O email ainda é um bom canal de comunicação com sua audiência? Na edição de hoje da Newsletter do Moa, eu falo sobre o poder das newsletter como um canal poderoso de relacionamento, e conto por que criamos a newsletter do Tintim.

Um canal muito poderoso

Entre 2019 e 2022, eu fui o sócio responsável pelo marketing e vendas da DevPro, uma escola online de programação. Uma das minhas atribuições, nessa posição, era encontrar canais de mídia que tivessem um baixo investimento e um alto retorno. Dentre alguns canais que encontrei, um, em especial, me chamou muito a atenção.

O canal era a newsletter de um grande youtuber do nicho de programação. Na época, eles tinham 100 mil assinantes, e seus e-mails tinham taxas de abertura entre 40% e 50%. Você tem noção do canhão de mídia que é um negócio desse?!? Todo santo dia, o cara se relaciona com 50 mil pessoas (e, obviamente, exibe anúncio para essas pessoas).

Lembro que, na época, eu fiquei espantado com o tamanho do negócio. Fiquei espantado, também, com o retorno do investimento nesse canal. O volume de vendas não foi tão grande quanto num canal de tráfego pago, mas, as taxas de conversão eram MUITO mais altas. O cara não tinha leitores, mas, sim, uma legião de fãs. Ouro puro!

Anos mais tarde, já trabalhando no Tintim, eu conheci outras pessoas que também tinham modelos de negócio baseados em newsletters. Verdadeiras máquinas de imprimir dinheiro. Numa frente, eles capturam leads e clientes através de tráfego pago, usando marketing de resposta direta. Só as vendas que acontecem nessa frente já custeiam o investimento em mídia. O lucro, mesmo, acontece justamente no relacionamento com essa base adquirida. E como se dá esse relacionamento? Sim, através de newsletters. Negócios de oito dígitos de faturamento anual sustentados em cima de newsletters.

Pois é… esse é um canal muito poderoso. Foi por isso que eu decidi, também, criar o meu.

Relacionamento com o cliente

Eu já escrevi algumas edições apresentando conceitos que explicam o poder de uma newsletter. Mas, acho que vale um breve resumo.

Fundamentalmente, um business digital é uma máquina de atrair e monetizar audiência. Você investe dinheiro para atrair atenção, seja via compra direta de mídia, seja investindo na construção de uma máquina de atração de audiência (SEO, por exemplo). Então, você monetiza parte dessa audiência que foi atraída. No nosso caso, nós monetizamos vendendo o próprio Tintim.

Segundo Chat Holmes, apenas 3% da sua audiência está no momento de compra. Essa é a parte “monetizável”. Mas, se apenas essa parte é monetizada, o que fazemos com a parte que não foi monetizada? A gente descarta 97% do que adquirimos? Obviamente, não. Você se relaciona com essas pessoas.

O ato de se relacionar com uma audiência, nesse caso, tem dois objetivos. O primeiro é educar pessoas que ainda não atingiram o nível de consciência necessário para compra, justamente para que atinjam esse nível. Aqui, tem um plus: quando você educa alguém, essa pessoa desenvolve um senso de gratidão por você. Esse senso possui um enorme valor, que pode (e deve) ser monetizado.

O segundo objetivo do relacionamento é gerar lembrança de marca. Se você impacta uma pessoa, essa pessoa muito provavelmente vai lembrar de você quando tiver a dor que você resolve. Para gerar lembrança numa pessoa, a gente precisa de impacto, mas, também precisa de repetição.

Você precisa de distribuição

Segundo o ChatGPT, distribuição de conteúdo é o processo de compartilhar, publicar e promover conteúdo (como textos, vídeos, imagens, podcasts, etc.) nos canais apropriados para que ele alcance o público-alvo certo no momento certo.

Ou seja: não basta produzir conteúdo de qualidade. Você precisa que esse conteúdo seja consumido pela sua audiência. Para que isso aconteça, o conteúdo precisa, primeiro, chegar à sua audiência. Para isso, você precisa de um canal de distribuição. Existem três categorias de canais: canais pagos, canais conquistados e canais proprietários.

Canais pagos são um dos meus canais prediletos. Aqui estamos falando de compra de mídia. Esse tipo de canal é mais velho que andar para trás. Desde sempre, se compra mídia em jornais, revistas, TV, outdoor, etc. Na internet, temos o equivalente com Meta Ads, Google Ads, TikTok Ads, etc.

Eu adoro esse tipo de canal porque é um canal que você tem controle da escala (basta ter dinheiro). O desafio é fazer a conta fechar. Se você conseguir, vale MUITO a pena.

Só tem um problema: nesse tipo de canal você fica à mercê do preço, e, se existe uma certeza na vida, é que o custo da mídia digital vai subir. Isso se dá por uma matemática muito simples: o número de pessoas interessadas é muito maior do que o inventário disponível para anúncio.

Canais conquistados são os canais em que você aparece devido a algum feito. Se você fez algo diferente, curioso, algo notório, ou até mesmo engraçado, existem chances de você aparecer em veículos de imprensa, como na matéria de um jornal, no conteúdo de um programa de rádio, ou até mesmo numa página de memes do Facebook.

Outros ótimos exemplos de mídia conquistada são compartilhamentos orgânicos de seus clientes. O famoso boca a boca é um canal conquistado. Reviews em sites, como Tripadvisor, Google Meu Negócio, iFood, ou até mesmo vídeos no Youtube são outros exemplos.

Esses canais são ótimos para construir autoridade. Existe muito mais chances de você confiar em alguém que apareceu no jornal nacional do que o concorrente, que não apareceu. Qual é o grande problema desse tipo de canal? A falta de controle. Como você não detém o canal e nem pode comprar esse espaço, é difícil saber se, quando e como você vai aparecer.

Por isso, o melhor tipo de canal de todos é o canal proprietário. Nesse tipo de canal, você detém o controle de tudo: conteúdo, frequência, publicação… e o mais importante: você detém o controle de audiência.

Canais proprietários, por serem tão valiosos, se tornam não somente meios de distribuição de conteúdo, mas, também, um ativo da empresa.

Adivinha em qual desses tipos de canais a newsletter se encaixa…

Os benefícios de uma newsletter

Há alguns meses, nós decidimos lançar o Boletim, a Newsletter do Tintim, com a missão de comunicar, de forma rápida e leve, tudo de importante que acontece no mundo do tráfego pago. O racional por trás foi simples: nós já temos uma estrutura muito robusta de aquisição de leads. Agora, precisamos nos relacionar com esses leads.

Já foram mais de 50 edições. Se levarmos em consideração que cada edição alcança, em média, 4 mil visualizações, já estamos falando de 200 mil vezes que alguém viu um conteúdo nosso. Tudo isso sem gastar um real de impulsionamento.

Uma newsletter é um ótimo canal próprio de distribuição, justamente porque ele permite reunir várias vantagens em apenas uma iniciativa.

Primeiro de tudo, é um conteúdo que possui valor. O mundo está cada vez mais rápido e, por isso, é inviável ficar caçando notícias em diversos locais diferentes. É inviável, também, depender do algoritmo da rede social, que está mais preocupado em te engajar, do que te informar. Um cenário desses abre espaço para criarmos um boletim que faz a curadoria das notícias mais importantes e relevantes do segmento.

Do ponto de vista de negócio, é um tipo de conteúdo abundante. A cada minuto surge uma nova notícia sobre nosso mercado. Sendo assim, sempre temos pauta e, tendo pauta, temos um motivo para nos comunicar com nossa audiência.

O conteúdo, além de ser abundante, é efêmero. Uma notícia tem validade. Quanto mais o tempo passa, menos ela tem valor. Essa caraterística traz um senso de urgência, quase que um fear of missing out, para que a audiência consuma o conteúdo.

Uma newsletter também tem a capacidade de desenvolver hábito na sua audiência. Pode reparar: geralmente, as pessoas consomem notícias no café da manhã, na espera do transporte, no intervalo do trabalho, até mesmo no banheiro… Esse tipo de associação gera um hábito, que contribui com a probabilidade da sua audiência consumir seu conteúdo.

E, por fim e mais importante, você é dono da sua audiência. Ao contrário das redes sociais, aqui você não depende de agradar um algoritmo para alcançar quem te acompanha. Se eu tenho o e-mail e a autorização de uma pessoa, eu tenho a capacidade de me comunicar com ela.


✉️ Esta foi mais uma edição da Newsletter do Moa!

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