Eu acho o ChatGPT péssimo pra quem está aprendendo, ele ainda erra demais (isso quando não inventa informações).
Mas o maior problema dele são as respostas meio-certas: aquelas que a princípio parecem corretas, mas uma análise mais detalhada revela falhas fundamentais. Só que alguém que ainda não conhece o assunto dificilmente vai perceber, e vai ter a falsa impressão de que está tudo certo. Essa é a grande armadilha. Eu diria pra usar com muita cautela, não acreditar cegamente em tudo que ele diz, e sempre consultar mais de uma fonte.
Quanto a "livros velhos", vale dizer que "velho" não é necessariamente ruim, assim como "novo" não é necessariamente bom. Muitos dos livros clássicos e essenciais da nossa área foram escritos há mais de 20 anos atrás (o que em computação equivale à pré-história :-D). Tais livros tratam de princípios gerais de desenvolvimento de software (em vez de focar em uma tecnologia específica), e sobreviveram muito bem à passagem do tempo, sendo relevantes até hoje.
Claro que tem vários livros que ficaram obsoletos, mas não dispense os clássicos só por causa da idade. Assim como muito livro recente já ficou obsoleto, porque eram sobre a tecnologia da moda da época, que hoje ninguém mais usa.
Usar a idade do livro como critério de qualidade é um equívoco enorme. E usar o ChatGPT como fonte principal de estudos é outro maior ainda...
Eu quase editei minha resposta para colocar isso. Precisa deixar claro para quem vai começar não cair nessa armadilha. Eu já prevejo toda uma nova geração bem problemática em breve porque aprenderá tudo cheio de falhas. Eu já vejo isso acontecendo, mas se intensificará.
Não só aqui, mas em outras plataformas que participo vejo alguns usuários que estudaram um pouco a área e até conseguem produzir um material interessante, como o ChatGPT faz. Quem é leigo ainda, está em processo de aprendizado, vai gostar, vai dar like, claro, e vai aprender alguma coisa com aquilo. O problema é que o autor aprendeu da mesma forma que o ChatGPT aprendeu, ou seja, tem um monte de falhas na formação dela, não teve uma estrutura, não teve material bom, não teve alguém bom acompanhando. E ele recebeu errado, insistiu nisso várias vezes, repetiu, repetiu, repetiu. Ela treinou o erro. E é comum a pessoa casar com o erro. Ela passa a não aceitar mais o acerto. Ela não aceita mais feedback que diga que ela está errada. Ela não consegue evoluir mais porque não aceita mudar e as pessoas percebem que isso ocorre e não tentam porque sabem que vai dar encrenca. Ela fica isolada.
Então um recurso para aprender que não foi dito ainda é ter um ou mais mentores, diretos ou indiretos, pagos ou gratuitos, que chama de professor ou não. Mas sempre confiáveis, pessoas experientes e sensatas. Eu tenho vários, alguns eu leio aqui e em outras plataformas, alguns eu interajo em grupos ou pessoalmente. A maioria nem sabe que eles são meus mentores. Sempre posso estar falando com um e ele não saber. Acho que faço isso bem porque questiono a todos também. É o outro lado da moeda.
O ChatGPT não é um bom mentor, nem de perto, nem para o básico. Ele pode ser útil para alguma coisa, com extremo cuidado, mas naõ serve para aprender, para te dar informação. Hoje ele é um perigo, só porque as pessoas acreditam nele. Para os mais ingênuos eu diria para nem usar como fonte alternativa. Para os mais sensatos é ok usar também, mas estes provavelmente não o farão.
Livro obsoleto é documentação, mesmo disfarçadamente, e tutorial de tecnologia, que só deveriam existir online para não ficar datado. Os outros não ficam, eles podem só perder popularidade. Hoje, por exemplo, a maioria das pessoas não querem saber de complexidade de algoritmo. Azar delas, o que se sabe há décadas, ou mais tempo de forma básica porque é anterior a programação, vale igual hoje em dia, sem tirar nem pôr. Vale para todos os fundamentos. A falta de fundamento é que faz as pessoas programem mais ou menos.
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