Reflexões sobre "ondas" de demissões e a sua razão real de ser...

Curto e grosso, pra combinar com o nosso período atual de informação rápida e sucinta…

Reuniões 100% amigáveis e festivas, sem cobrança e pressão? Mentiram pra você.

Ambiente 100% saudável e amistoso, com afagos e abraços do “chefe”? Mentiram pra você.

Projetos de escopo 100% fechado e cumpridos em prazo hábil todas as vezes sem maiores dores de cabeça? Mentiram pra você.

Vida de rockstar onde o "show" só acontece quando você “sobe ao palco”? Mentiram pra você.

Desenvolver, programar, projetar, implementar é antes de tudo gerar um resultado, que precisa ser positivo…

E pra ser positivo, precisa melhorar processos…

E pra melhorar processos, exige muita das vezes mudar processos…

E pra mudar processos, exige mudar ações e culturas de pessoas e organizações…

E mudar ações e cultura de terceiros, exige dar a cara a tapa para resistência à mudanças…

E tudo isso listado acima, vai obrigatoriamente gerar estresse (de ambas as partes!), discussões, muitas das vezes insalubres, tão insalubres quanto precisar descer num bueiro para desentupir um duto subterrâneo. É ruim? Com certeza! Mas alguém precisa fazer isso…

Mais uma vez, programar não é ser “rockstar”, muitas das vezes não vai existir a glória, ou a glória será um pequeno momento de satisfação de você sozinho na frente do PC, satisfeito consigo mesmo em alguma tarefa realizada.

Ser um programador melhor não é ser melhor que o outro, ou ser tão bom quanto “o cara do YouTube”, é ser melhor do que você era ontem! É buscar evoluir sempre.

E tudo isso, vai te custar noites mal dormidas, discussões com pessoas sobre diferentes pontos de vista, situações estressantes, e outras… Mas o que importa no final?

Você curte o que faz? Você aprende algo novo todos os dias? Conhece pessoas legais? Tem dinheiro pra bancar tudo aquilo que você quer da vida? Pode viajar nas férias para algum lugar que nunca foi? Então você tem tudo o que importa.

Programar é dar a sua vida para realizar o sonho de outras pessoas, e não tem problema nenhum nisso!

Programar não é viver na frente do PC e conviver apenas com “zeros e uns”, é tornar esses mesmos ferramentas úteis para outras pessoas desfrutarem…

Programar é sacerdócio! Sacerdócio em prol da otimização da vida das pessoas!

Se em algum momento você tiver escrevendo código pra algo que não representa nada disso, apenas fuja!

Paz!

Parabéns. Acredito que esse seja um resumo de qualquer profissão, com os devidos ajustes aqui ou ali, mas a essência é essa, algo em torno de 80% de problema, e 20% de diversão; e se estiver nessa proporção considere-se uma pessoa extremamente Feliz, a maioria talvez nem consiga.

juliobrazao,

Concordo com você em quase todo o post, a única coisa que não concordaria é que, na minha visão, o post dá a entender que é normal viver em ambientes:

"muitas das vezes insalubres, tão insalubres quanto precisar descer num bueiro para desentupir um duto subterrâneo.".

Acredito que deve haver um equilíbrio entre situações insalubres mentalmente e ambientes de calmaria e, se não tiver, fugir da empresa que está desenvolvendo isso.

Escolher trabalho realmente é um privilégio para poucos, mas também não é possível continuar em lugares que deixam a gente doente.

Bem poético, descreveu bem a realidade da profissão. Nada é tão ruim como parece e, simetricamente, nada é tão bom como parece.