Meu primeiro 'emprego de TI' é tudo, menos TI
Sobre mim
Olá! Me chamo João Víctor, sou desenvolvedor júnior em busca de oportunidades e novos aprendizados. Atualmente curso o 4º semestre de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e sigo determinado a conquistar meu espaço no mercado de tecnologia.
Em busca da primeira vaga
Há cerca de 3 meses, durante minhas férias, comecei uma busca mais intensa por vagas na área de TI. Na época, eu trabalhava como auxiliar administrativo há dois anos e queria muito migrar de vez para o setor de tecnologia.
Foi então que encontrei uma vaga intitulada "Auxiliar de Cartório - TI". A descrição não exigia conhecimentos técnicos específicos, então me candidatei. Poucos dias depois, fui chamado para entrevista.
A entrevista
A entrevista foi breve. Reapresentei meu currículo, falei sobre minhas habilidades e projetos, e então conversamos rapidamente sobre a vaga. Me explicaram que estavam abrindo um novo setor de TI e buscando desenvolvedores para futuros projetos. Nenhuma pergunta técnica, nenhum teste, apenas: “vamos entrevistar mais candidatos e entraremos em contato”.
A esperança
Mesmo com pouca informação, saí animado. Foi minha primeira entrevista na área! Estava tão motivado que, após alguns dias, enviei uma mensagem pedindo feedback e me colocando à disposição para uma segunda conversa mais técnica. Para minha surpresa (e alegria), fui selecionado!
Fiquei emocionado. Contei para minha namorada, quase chorando de felicidade. Finalmente parecia que minha transição para a área estava acontecendo!
A demissão/indenização
Nesse meio tempo, o inesperado aconteceu: minha antiga empresa foi vendida. Minha chefe me chamou para conversar e me deu duas opções: continuar ou sair com indenização. Para mim, era um sinal. Aceitei a saída e me preparei com entusiasmo para começar no novo emprego.
O treinamento
Começamos o treinamento! Conhecemos a história da empresa, os setores, os problemas do sistema atual. Éramos uma equipe de 4 pessoas — 3 júniors (todos em sua primeira oportunidade na área) e 1 sênior. A empolgação era grande.
A decepção
Terminamos o treinamento e, naturalmente, esperávamos começar a programar... Mas não. Fomos informados de que ainda não haviam conversado com o contador sobre os cargos, então todos fomos contratados como Auxiliar de Cartório - Nível 1. Disseram que depois poderiam mudar para “analista de sistemas”, o mesmo cargo do sênior (o que já indicava algo errado).
Na nossa sala já havia funcionários fazendo cadastros de protocolos. Eles nos ensinaram tudo e apresentaram os problemas do processo. Achamos que seria para propor melhorias… mas, na verdade, seríamos nós os responsáveis por essa tarefa. O sonho começou a desmoronar.
Reuniões e mais frustrações
Fizeram uma reunião e disseram que, como o setor de TI ainda estava em estruturação (podendo levar até 6 meses), os júniors ficariam responsáveis por tarefas operacionais do cartório, enquanto o sênior programaria.
Pior: iríamos revezar nas funções para todos aprenderem a fazer tudo, “caso alguém faltasse”. Nesse ponto, ficou claro que não íamos programar tão cedo.
A dura realidade
Logo percebemos que caímos numa cilada. Um dos colegas desistiu — ele tinha outra opção. Eu não. Moro sozinho, namoro, tenho um cachorro e contas para pagar. Não podia me dar ao luxo de sair naquele momento.
E então veio o golpe final: descobri que outro funcionário, contratado há 8 meses como “TI”, também nunca programou e só executa demandas administrativas até hoje. Mesmo com promessas, a função técnica nunca chegou. Ali entendi que eu também dificilmente teria essa chance.
O golpe
Acredito que realmente queiram montar um setor de TI — o sênior está desenvolvendo projetos reais —, mas também acredito que aproveitaram a grande quantidade de candidatos para atrair júniors inexperientes e colocá-los em funções operacionais.
Ainda em busca da oportunidade DEV Hoje, sigo indignado, mas ainda mais determinado a encontrar uma oportunidade real para atuar como desenvolvedor. Quero crescer, aprender, contribuir e, de fato, entrar no mercado que tanto amo.
Toda ajuda é bem-vinda
Para contratantes
Se você é recrutador ou gestor e busca um programador júnior entusiasmado, proativo, curioso e com muita vontade de aprender, por favor, conheça meu perfil. Tenho projetos acadêmicos e pessoais no GitHub, e estou sempre buscando evoluir.
Para devs
Você conhece uma empresa que esteja contratando devs júniors? Me indica! Prometo contribuir com dedicação, responsabilidade e aprendizado constante. E se não puder indicar, um feedback ou comentário já me ajuda muito! Vamos nos ajudar!
Dados
📧 Email: diassouzajoao2@gmail.com 🔗 LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/joão-víctor-dias-souza 💻 GitHub: https://github.com/JoaoVicDS
Obrigado por ter lido até aqui! Qualquer apoio já é um grande incentivo nessa caminhada!
Meus 2 cents:
Lamento por sua situacao, espero que consiga encontrar o que procura em breve e ter uma trajetoria mais tranquila.
Mas falando em cartorios/notariais e oportunidades, gostaria de tecer alguns comentarios.
Prestei servico como consultor para diversos cartorios ao longo dos anos, em algumas areas como:
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Software coorportativo: como eh um nicho, existem softwares que resolver o problema dos cartorios - e diversos deles rodam o backend em linux (banco de dados, compartilhamento samba, etc). Para um DEV tem uma oportunidade ai: entender esta infra-estrutura e criar pequenas solucoes para problemas do dia-a-dia que o sistema ERP nao cobre (ou cobre, mas cobra um extra).
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Redundancia e alta-disponibilidade: o provimento 74/2018 estabelece padroes para o TI de um cartorio. Trabalhar esta infra eh bem interessante. Na epoca utilizei 2 servidores linux, com 2 placas de rede cada, 1 para rede local e 1 para trafego server-server, e usando o ZFS replicava os dados do server em producao no server slave. Isso garantia varias coisas, tais como: redundancia de dados (especialmente interessante em caso de failover de servidor ou ataques de ransomware, uma vez que os snapshot continuos permitiam voltar em segundos a ultima condicao ok), replicacao de backups em local externo (para caso de sinistro como roubo ou incendio), entre outras coisas.
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Gerenciamento de certificados: cartorios podem emitir certificados digitais, manter esta estrutura tambem eh bastante interessante.
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Pesquisa de documentos via IA/RAG: cartorios sao movidos a documentos - voce pode criar um "saas" como sideproject que permita a consulta na base de dados do cartorio. Voce pode comecar com um projeto piloto no seu cartorio e expandir isso depois.
Enfim - como T.I., enquanto voce nao arranja outro trampo, de uma olhada em volta e veja se nao existem brechas que voce possa explorar. Ou entao procure aprender o maximo possivel sobre o funcionamento do cartorio - amanha voce pode "abrir" seu proprio cartorio usando assinatura digital de documentos e NFTs/Blockchain para registro de contratos e escrituras. Eh um ramo muito promissor.
OBS: Geralmente os "donos" (tabeliao) de cartorios sao maos-de-vaca, mas nao sao tolos - possibilidades de expandir os negocios sao bem vindas.
Fico triste que essa situação possa ter te atrapalhado, mas penso no seguinte:
Depois de olhar seu github, vejo por exemplo alguns problemas, principalmente no que se refere à ideia de projetos, estruturação e apresentação, como alguém que trabalha em banco como QA, te garanto que oque as empresas mais procuram hoje em dia é perfil e tecnicidade, não adianta ser um gênio indomável, quando se pode ter um inteligente conciliador. Eu mesmo me proponho de batermos um papo sobre isso, e eu te ajudar com alguns toques que acho que seriam válidos
O que eu faria nessa situação:
1 - Aceitar a nova posição e fazer o mínimo para se manter nela. 2 - Procurar um novo emprego e tentar sair o mais rápido possível 3 - Estar nesse novo emprego 4 - Processar a empresa por fraude contratual. Junte todas as provas possíveis de que a vaga era para TI: Resumo da vaga, e-mails, conversas ...