Sindicato: pagar ou não pagar, eis a questão!
Muitos trabalhadores já questionavam o papel dos sindicatos (eu sou um deles), algo que ficou ainda mais evidente no cenário de polarização política, onde opiniões frequentemente se chocaram. Independentemente da posição política, o fato de a contribuição sindical ser obrigatória me incomodava profundamente. Por que eu deveria pagar algo que não decidi?
A mudança na legislação que tornou opcional a contribuição sindical trouxe alívio, pois me permitiu analisar, questionar e decidir: faz sentido para minha vida ou não? Agora, chegou esse momento de decidir, pois anualmente o RH envia a mensagem perguntando se desejo aderir ou não, é um momento oportuno para refletir sobre a importância dessas entidades e o impacto que elas podem ter na organização e na justiça dentro do mercado de trabalho.
O sindicato atua como uma tentativa de equalizar a balança entre contratantes e contratados, indo muito além de questões salariais. Ele busca corrigir distorções do mercado, garantindo condições mais justas para ambas as partes. É importante lembrar que o mercado não se autorregula de forma perfeita. Sempre haverá discrepâncias e, nesse contexto, o sindicato desempenha um papel fundamental na equação do mercado livre.
Anualmente, por exemplo, discutimos o reajuste salarial. Tanto o empreendedor quanto o colaborador desejam aumentar sua parcela do "bolo". É uma disputa de interesses: quem está contratando quer maximizar lucros e reduzir custos, enquanto quem trabalha deseja ser mais bem remunerado e valorizado. No entanto, a luta nem sempre é equilibrada. A empresa, com sua força de capital, possui mais poder para decidir valores e condições. Um candidato a uma vaga dificilmente chega propondo suas próprias regras, como "quero ganhar R$30 mil por mês e trabalhar de casa quatro dias por semana". Não funciona assim. O candidato geralmente se ajusta à vaga, não o contrário.
Outro ponto interessante é o impacto da produtividade. Eu mesmo, como programador, utilizo inteligência artificial e ferramentas que pago por conta própria para ser mais ágil e eficiente. Desenvolvo soluções que aumentaram minha produtividade em pelo menos 30%. Ainda assim, não recebo um aumento proporcional. Esse é mais um exemplo de como o desequilíbrio existe. E é exatamente aqui que o sindicato entra: para tentar trazer um pouco mais de equilíbrio para essa relação.
Isso não significa que todos devam pagar a contribuição sindical. A medida que a tornou opcional foi positiva, pois forçou os sindicatos a saírem da zona de conforto e se tornarem mais eficientes. Agora, eles precisam justificar seu valor, mostrando aos trabalhadores que podem, de fato, fazer a diferença. Mas é importante não desconsiderar o papel dessas entidades. O sindicato não resolve tudo, mas é uma peça vital para o funcionamento de um mercado mais justo e equilibrado.
No final das contas, a decisão de contribuir ou não é individual, mas é fundamental entender o contexto e reconhecer o impacto que o sindicato pode ter na vida dos trabalhadores como um todo.
Meus 2 cents:
- Empresa nao gosta de funcionarios/colaboradores - mas sao um mal necessario
1.1. A empresa contrata colaboradores porque precisa resolver um problema - nao importa se eh um caixa de supermercado ou um CFO, a funcao deles so existe porque existe um problema a ser resolvido que (ainda) nao pode ser feito por automacao.
1.2. Se aparecer uma automacao que resolva o problema, e o custo/beneficio for positivo para a automacao, a vaga vai para o ralo.
1.3. Existe situacoes onde o trabalho artesanal do colaborador pesa positivamente neste custo/beneficio (senao os supermercados so teriam auto-atendimento), mas isso tende a ficar cada vez mais raro.
1.4. Entao aceite isso: a empresa vai te contratar na melhor condicao para ela, pagando o minimo possivel para obter o maximo retorno desejado. E a qualquer momento, se esta relacao se inverter, sua vaga esta em perigo.
1.5. Existem empresas que tratam bem seus colaboradores - e isso eh bom. Mas fazem isso somente enquanto a equacao se manter - beneficios tendem a deixar as pessoas felizes, e pessoas felizes tendem a trabalhar melhor - so isso, nenhum romantismo aqui.
1.6. No final do mes, a empresa vai fazer o balanco de despesas e receitas - e se der negativo (prejuizo) algum gasto vai ter de ser reavaliado - e adivinhe so, o gasto com salarios e beneficos costuma ser o primeiro a entrar na roda.
1.7. Claro que existem casos onde eh uma economia porca, pois ao despedir o colaborador vai junto com ele a expertise acumulada durante o tempo de funcao - e que muitas vezes nao existem outros colaboradores para suprir este conhecimento. Dois pontos aqui:
1.7.1. Pois eh, a vida nao eh justa, que pena
1.7.2. O cemiterio esta cheio de pessoas insubstituiveis.
OK, a empresa nao liga para voce e tem uma forca desproporcinalmente maior em uma negociacao salarial individual. Entao, o sindicato tem como objetivo tornar esta balanca mais equilibrada ao juntar muitos.
O problema eh que o sindicato funciona na teoria - na pratica acabam sendo uma cambada de pelegos so mamando no facil. Tem sindicato atuante e que funciona ? Tem - principalmente os vinculados a empresa publica (como serpro). No privado tem sido bem complicado.
Ja paguei sindicato - e usei a forca deles quando necessario.
O sindicato tem uma vantagem: advogado. Se voce sair, geralmente pode contar com a ajuda do advogado do sindicato ao inves do particular - de fato sai um pouco mais barato- mas confesso que nao sei como isso esta funcionando hoje em dia.
Enfim, tenho (muitas !) duvidas se pagar o sindicato continua valendo a pena - ainda mais com o avanco da PJotizacao.
Saiba de uma coisa!
Se sindicato fosse ruim não existira sindicato patronal!
Se tem sindicato patronal e associações de empresas para defenderem seus interesses, não é algo tão ruim assim.
Quem é contra o sindicato de trabalhadores é contra os patronais?
Quando entrei na empresa meu vr por exemplo (que só recebo por acordo sindical) era 20 por dia se não me engano
em 2023 o sindpd negociou um aumento para 26 e agora 30 reais por dia, só essa decisão fez meu vr subir de 480 para 610 e agr 660 por mês, o sindicato custa 35 reais por mês de contribuição e ainda nem botei na conta os outros beneficios direitos que eu li na convenção coletiva e a empresa n paga
lembrando ainda que carga horaria de 40H por semana no lugar de 44h, vr durante as ferias e coisas como plr vem por conquista do sindpd
concordo cntg, n vou falar que o sindicato resolve todos os problemas dos funcionarios, mas dizer que n vale 35 reais por mes (pode ser 32,5 se vc se cadastras) é meio foda
no final é uma disputa e eu sei que sem essa parte do sindicato esse aumento no vr por exemplo n teria acontecido até hoje (até houve reajuste de salario no tempo que estive aqui mas a ele n teria sido maior caso n tivesse vr, e para ver isso é só olhar os funcionarios pj, que n recebem esse reajuste de forma proporcional no salario)
Interessante os pontos trazidos aqui.
Confesso que sempre evito de pagar o sindicato pois nunca ficou claro quais vantagens/benefícios eu teria além das negociações anuais que eles fazem.
Vi comentarem sobre eles disponibilizarem advogado a um preço mais acessivel, nunca ouvi falar disso.
Se alguém tiver mais informações a respeito dos beneficios/vantagens seria de grande utilidade.
Obrigado.
Fiquei muito impressionado com o comentário, o pessoal não começou com um discurso somente de "sindicato é um monte de vagabun***" etc etc...
Algo que eu gostaria de saber, é um jeito melhor de saber como ver se meu sindicato é pelego(termo para dizer que ele não faz nada ou até atrapalha), o meu é o SINDPD Joinville e Região, e tipo, não vejo nada sendo feito, e para parar de pagar você tem que ir lá entregar uma carta, em um sindicato de tecnologia, o que acho bem ridículo, mas é obvio que eles querem ganhar o deles, mas a questão é "ganhar o deles para quê?"
Se alguém tiver algum relato de como é esse sindicato eu agradeceria bastante caso comentasse, e caso tenham uma maneira de descobrir se o sindicato é pelego agradeceria também
Os Sindicatos e Órgãos de Classe infelizmente só vem o próprio bolso, querendo apenas $$. Pouquíssimas vezes estão do lado do trabalhador. Porque eu iria contribuir com a "assistencial" se não tenho contrapartida nenhuma? Advogado é só contratar se necessário for. Eu deveria ou poder escolher qual sindicato me representa (Sem ser o mesmo do patronal) ou escolher a não pertercer a nenhum sindicato (Isso chama-se Liberdade). Mas o que eu sugiro infelizmente é uma utopia no momento, quem sabe um dia isso ocorre. Da mesma forma que eu poderia até estar contratado CLT com menos direitos e maior salário, tudo poderia ser negociado com as devidas explicações. "A cada escolha uma renuncia"