Kledenai, você escreve bem e levanta pontos válidos sobre o estado atual da computação quântica. Mas talvez o problema não seja tornar o tema “palatável”, e sim evitar que ele continue elitizado. Toda revolução tecnológica começa com gente dizendo que não dá. Até que dá. O que você chama de "vitrine enfeitada" é, pra mim, uma ponte. E enquanto alguns preferem manter a ponte fechada até que tudo esteja “pronto”, eu prefiro ir construindo degrau por degrau com quem quiser caminhar. No fim das contas, a única coisa mais poderosa que uma teoria sólida é uma comunidade curiosa. E é isso que estou tentando formar.
Entendo seu ponto, e concordo que abrir caminhos é importante. Mas abrir caminho não é o mesmo que pavimentar ilusão. O que critiquei não foi o incentivo à curiosidade, mas o discurso que pinta complexidade como acessível antes de ser compreensível, o que, no fim, mais confunde do que educa.
Construir pontes é nobre, desde que elas levem a algum lugar. Se viram passarela de vaidade ou palco de hype descolado da realidade técnica, viram armadilhas conceituais. E o problema da elitização não se resolve com acessibilidade fantasiosa, mas com educação sólida.
Curiosidade move o mundo, sim. Mas sem precisão, ela vira só barulho.