Vou começar com um segredo sujo: Design Patterns são como sexo na adolescência. Todo mundo fala, ninguém sabe direito como faz, e quando tentam, geralmente é vergonhoso.
Mas vamos desmontar essa bagunça.
- "Design Patterns São Só Para C++ e Java" – Mentira de Quem Parou no Tempo
O livro "Design Patterns: Elements of Reusable Object-Oriented Software" (GoF) de 1994 usou C++ e Smalltalk nos exemplos. Daí veio o mito: "Ah, isso só serve pra OO".
A verdade:
O padrão Observer é o que o React usa por baixo dos panos (ou você acha que useState é magia?).
O Singleton é o pesadelo de todo dev de Python que já usou módulos.
O Strategy é o coração do seu Array.sort() em JavaScript.
Design Patterns são conceitos, não implementações. Se sua linguagem é OO, funcional, ou até procedural, eles aparecem. Só não têm o mesmo nome.
- "Design Patterns Aumentam Complexidade" – Verdade (Quando Usados Por Idiotas)
Design Patterns não são receitas de bolo. São pratos de restaurante estrelado: você precisa saber quando, como e por que serví-los.
Exemplo de burrice: Criar um Abstract Factory para uma app que tem 2 tipos de usuários.
Exemplo de genialidade: Usar um Facade para esconder a API caótica do legado da empresa.
A culpa não é do padrão. É do dev que achou que usar 15 padrões em 100 linhas de código o tornaria o novo Linus Torvalds.
- SOLID, Clean Code e a Indústria de Influencers
SOLID e Design Patterns são como macarrão e queijo: combinam, mas não são a mesma coisa.
SOLID são princípios gerais para não transformar seu código em espaguete radioativo.
Design Patterns são táticas para resolver problemas específicos (ex: "como desacoplar criação de objetos?" → Factory).
O problema? A galera vende SOLID como religião e Design Patterns como bala de prata. Não são. São ferramentas.
Quanto ao Clean Code: o livro tem ótimos conselhos (e alguns absurdos). Aprenda a filtrar. Influencers falam tanto dele porque polêmica = views.
- "Design Patterns São Obrigatórios" – Só Se Você Quiser Virar um NPC
Importante: Design Patterns não são inventados, são descobertos. Eles já estavam lá, no seu código bagunçado, só esperando você dar um nome. Alguns padrões são bons outro são ruins (anti pattern). Alguns são tão bons ou ruins e acotecem que tanta frequência que ficam "famosos"
Nenhum padrão "famoso" é "obrigatório". Mas alguns são extremamente úteis:
MVC/MVVM: Quase obrigatório em apps com UI complexa.
Dependency Injection: Vital em sistemas com 500 classes acopladas.
Observer: Simplesmente a melhor forma de reagir à mudanças de estado.
A regra é simples: Use padrões para resolver problemas, não para criar novos.
O Que Estudar (E Como Não Virar Um Fanboy)
Livro dos GoF (1994): Leia como leria um livro de história. Entenda os conceitos, não o código em C++.
Head First Design Patterns: Melhor explicação de por que os padrões existem.
Conclusão: Pare de Caçar Padrões e Comece a Entender Problemas
A próxima vez que você vir um if gigante ou uma classe com 20 responsabilidades, não pense "Qual padrão eu uso?". Pense:
O que está errado aqui? (Ex: Acoplamento alto? Dificuldade de teste?)
Qual princípio isso viola? (Ex: Single Responsibility? Open/Closed?)
Qual tática resolve isso? (Ex: Strategy? Decorator?)
Design Patterns são vocabulário, não regras. Servem para você explicar para outros devs: "Olha, usei um State aqui pra não ficar 100 ifs".
"Padrão de projeto é como cueca: se está funcionando e ninguém vê, tá certo. Se está incomodando, você está usando errado."
Sensacional a sua resposta. So vou adicionar aqui mais uma fonte de estudo que é muito boa: https://refactoring.guru/design-patterns/book
Esse livro é muito bom pra aprender e consultar design patterns. Se não me engano, ele tem uma lista de problemas e qual padrão usar para resolver.
Outra coisa. Nem sempre você precisa aplicar o padrão inteiro na sua implementação. As vezes uma implementação parcial é suficiente e não adiciona complexidade exagerada.
Isso esclareceu muito bem as minhas dúvidas! E isto reafirma que é sempre bom perguntar antes de mais nada. O que temos de informação errada por ai não é brincadeira. Valeu pelo o comentário!