Entendi perfeitamente o que você falou. Realmente, é sobre a vida, e é isso que eu quis dizer no meu texto. Não adianta você ser bom tecnicamente, ter aquele perfil de programador isolado no seu quarto, no escuro, que não é sociável e não fala com ninguém. Isso vai acabar naturalmente. Pois, para ser bem-sucedido nas empresas, na minha opinião, você precisa entender o jogo. Precisa compreender as dinâmicas e as políticas de escritório. Não estou dizendo para você mudar seus princípios e se tornar uma pessoa ruim, mas pense em como você vê um líder, como aquele que já tive, que não assume o erro e tira o dele da reta, conquistando coisas como um apartamento avaliado em milhões, e se dando bem na vida, sabendo e conhecendo o caráter dessa pessoa. Sem falar dos charlatões que vendem cursos prometendo salários de 30 a 40 mil reais em quatro meses. Então, você se pega no ônibus, perguntando-se: 'Eu andando de ônibus e os caras com estilo de rico, até que ponto nossos princípios trazem mais conforto do que se render às dinâmicas e políticas que existem nas empresas?' Pois é, já me impressionei. O que eu posso fazer no meu dia a dia? É nítido que, se eu trabalhar 12 horas por dia e não souber me vender, trazer à tona o valor de tudo o que eu fiz, serei menos reconhecido do que alguém que trabalha duas horas por dia. E não estou dizendo que essa pessoa finaliza o trabalho em duas horas; estou dizendo que ela deixou de fazer o trabalho dela porque tem dois ou três empregos. Então, como? Meu questionamento é para que a gente melhore essas questões sociais, de saber se vender, saber se relacionar, saber se posicionar perante a vida.
Sim, é super importante desenvolver habilidades de comunicação. Aprender a falar. Aprender a viver. Mas o que eu quis dizer também é que isso só não basta. Isso foi o que quis pontuar.
Não sei se dei a entender que você estivesse falando para mudar os princípios, não foi minha intenção. Apenas falei sobre princípios porque foi a conclusão que eu tirei de tudo.
Mas sabe, eu tenho minhas dúvidas se o problema é apenas conosco. Acho que é algo mais profundo. Acho que a tecnologia de certa forma tem prejudicado a habilidade do ser humano se comunicar. Provavelmente outros fatores também estão associados. Com a tecnologia a gente também sofre uma sobrecarga de comparação. O que é ruim. Porque nos comparamos tanto ? Como no caso do ônibus, acho que a pessoa precisa parar e pensar:
"eu sou outra pessoa, não devo me importar se aquele cara vive assim ou assado"
Não é fácil, mas acredito que seja um bom caminho para não se frustrar. Também não quero dizer que ao viver em princípios não haverá mais frustações como o caso do ônibus, mas que acredito que apesar desses momentos no geral a pessoa não será frustada e terá mais satisfação com a vida. E acredito sim, que por mais demorado que seja, o reconhecimento virá.
Muito interessante a conversa. Me fez refletir.