Reflexão - O que o LinkedIn se tornou?

Assuntos que eu não aguento mais ler no LinkedIn e que não ajuda quem está realmente precisando entrar no mercado de programação:

  • Home Office vs Presencial -> Júnior não tá conseguindo nenhum dos dois (e tenho certeza que muitos aceitariam presencial - Júnior ainda é taxado de preguiçoso)

  • CLT vs PJ -> É até importante saber as diferenças, mas deixa isso pra quando a oportunidade estiver garantida

  • Melhor linguagem para começar -> Júnior não é estagiário

  • Melhor framework -> Foda-se. Se as vagas precisam, aprenda. Programar por profissão não é programar por hobbie (apesar de bons programadores vierem terem vindo do prazer de codar)

  • Humanizações de RH, Entrevistas que o candidato estava sem camisa, Entrevistas presenciais que deram bombom, Falta de feedback, etc etc etc

  • Compartilhamento de vagas para júnior por um perfil grande -> Está só buscando engajamento para o próprio perfil e só contribui para ter mais concorrência na vaga

  • Aprenda inglẽs e tenha sua vaga para o exterior -> Júnior quer um emprego, não um curso

  • Gente cagando regra de existir projetinho Pokedex, de Dev que precisa ter softskill, de bootcamp -> Deixa eles estudarem em paz

  • Publicação de onde procurar emprego (Gupy, Catho, LinkedIn) e como deixar seu currículo com as melhores técnicas nunca antes vista -> 3 segundos usando o Google vc já acha essas informações

  • Recrutadora ensinando a deixar seu perfil exatamente igual ao de outros 300 milhões de pessoas da sua área

  • Papo de coach e meritocracia

Por mais válido que sejam as publicações, isso virou apenas uma receita para ganhar like. Recrutadores só querem o profissional garantido que vá resolver o problema. Se faltam programadores bons, quem for júnior de verdade realmente precisa entrar no mercado.

Se você quer fazer algo realmente útil para quem precisa, indica uma pessoa, curte o trabalho, apresenta ela para outras pessoas e forneça dicas que realmente ajudem. O desenvolvedor novato não pode estar em cargos de liderança, mas ele é plenamente capaz de produzir estando nas camadas mais abaixo da linha de produção.

Sinceramente, eu esperava mais do LinkedIn. Se a cada 200 posts eu encontro um projeto bacana de alguém que realmente tá fazendo um trabalho legal, ainda é muito. Existem bons programadores sem oportunidade por diversos fatores (incluindo a falta de sorte). Precisava escrever isso para ver se é apenas eu quem compartilha dessa visão.

Quem é programador de verdade não vai deixar de ser porque aprendeu o framework X que está saturado. Os outros certamente vão desistir. Mas e o que estamos fazendo por aqueles que realmente são nossos colegas de profissão?

Não existe essa relação de júnior -> preguiçoso. Até porque se a pessoa é júnior ela já se esforçou bastante. Existe muita gente que se denomina júnior e não é. Esses podem ser preguiçosos. Podem ter dificuldades diversas na vida. Os que são júnior por muito tempo podem cair nessa questão também. Tem que analisar individualmente cada pessoa. O fato de ter muita gente fazendo muita coisa errada e muitos não se esforçando tudo o que poderiam fazer algumas pessoas generalizarem e chamar alguns grupos de preguiçosos. Isso está errado, mas dá para entender porque acontece.

Quem for júnior de verdade já está no mercado, é impossível ele ser júnior sem estar, de alguma forma.

O fato de ter a repetição dos mesmos assuntos tem muito a ver com a tal preguiça. As pessoas têm que trabalhar muito mais por causa disso. As pessoas não gostam de um local com informação canônica sobre um assunto, elas querem um serviço a la carte. Isso é preguiça. E por isso gera-se muita repetição.

Algumas informações que rolam no Linkedin podem ajudar muitas pessoas. Saber filtrar isso é importante. De fato, lá virou um local que tudo é lindo e a realidade nunca é como postam lá, mas não quer dizer que tudo lá é imprestável. Para algumas pessoas pode ser difícil achar algo útil. O problema é que para as que podem aproveitar muita coisa lá em geral não conseguem enxergar esse valor. É parecido com o que eu sempre falo de faculdade, quem precisa dela em geral não enxerga o valor.

As pessoas vão vender alguma coisa mesmo. É ilusão achar que as pessoas, em sua maioria, vão fazer algo sem ganhar nada. Inclusive quem reclama provavelmente são as primeiras a se fazer algo pelos outros se rolar algum ganho, financeiro ou não.

Para algo mais específico em geral vira consultoria.

Escolher quem segue ajuda muito também. Eu até vejo umas coisas que não me agradam, mas tem coisas interessantes de algumas pessoas.

Mas não dá para esperar por milagres.

Existe sorte envolvida no processo. Mas algumas pessoas fazem a sorte ficar mais próxima. Talvez algumas precisem de ajuda e talvez ela esteja no Linkedin. O problema é que muita gente tem problemas estruturais na formação, aí não consegue nem escolher oque vai fazer bem para ele e a evolução fica complicada. E muitas vezes vai cair na mão de alguém que mais vai prejudicar quem ajudar.

As pessoas precisam ouvir os mais experientes, mas precisam evoluir por conta própria. Isso está muito em falta. Parece divergente, mas ninguém está sozinho no mundo e é tão gênio que nasceu sabendo tudo, então precisamos dos outros. Mas precisamos criar nosso caminho, para não ser mais um entre os 300 milhões. Precisamos parar de seguir receitas de bolo. De fazer o que pessoas aleatórias na internet disseram para fazer (diferente de não ouví-las).

Eu gosto de puxar a orelha. Várias pessoas não gostam de mim por isso. Eu não sei se isso ajuda muito. Mas é algo diferente do que se vê no Linkedin. É algo que eu acho que falta. E as pessoas que enxergam isso como algo bom, até porque também sabem que eu faço isso para o bem delas, até quando eu erro.

Faz sentido para você?

Espero ter ajudado.


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

Eu concordo em muitos pontos contigo. Uma dos motivos da minha indignação é a falta de senso crítico, de empatia com o próximo e superficialidade das discussões. Programação é um trabalho como qualquer outro, os mais novos precisam dos mais experientes para conseguirem puxar as outras gerações. Isso deve ir além de qualquer disputa de ego e precisa ser levado de forma sincera. Quando a discussão é rasa, não tem como o júnior aprender com os mais experientes e no processo de recrutamento dificilmente o RH vai tirar tempo valioso pra explicar o que falta. Discordo da sua fala de que programadores bons estão já no mercado (os com mais tempo de profissão sim). Mas sim, estagiário se passando como júnior tem bastante e acho que confunde o RH. Talvez seja meu feed que anda mal selecionado, mas acredito que consegui passar minha indignação. Do lado de cá sigo fazendo o melhor que posso todos os dias e acredito que boa parte desses problemas que andamos enfrentando poderiam ser resolvidos se o RH tivesse menor influência nas contratações tech e os próprios sêniores trouxessem informações para os novatos. Mas isso é aquela ideia sem fundamento real. Eu ganharia muito mais se meu LinkedIn fosse um espaço para mostrar meu trabalho para quem realmente está preocupado em ver, e se não isso, que pelo menos fosse um lugar que eu pudesse me expor a discussões que melhorem minha formação profissional. Agradeço pelo seu relato e não deixe de fornecer feedback do que você vê que está errado no dia a dia.
> Escolher quem segue ajuda muito também. Isso que você falou é **extremamente pertinente**. Gosto de refletir e comparar com aquele conceito de que *você é um reflexo das 5 pessoas que você mais convive/acompanha (ou algo do tipo)*. Creio que as redes sociais podem servir como uma ferramenta extraordinária ***se você souber usar de uma maneira inteligente***.
"Mostre-me com quem tu andas, que direi quem tu és." Concordo demais disso, tem ainda alguns que são sérios ao postar no LinkedIn, um professor ele dizia que essas redes sociais podem ser usadas como chamariz de profissionais. Eu não postei quase nada. pois quero concluir meus projetos resolvendo problemas reais. Aí sim estarei usando a ferramenta corretamente ao meu ver.

bom saber que consegui filtrar bem o que sigo no linkedisney, vejo muito mais 'dicas de código' no feed do que qualquer outra coisa e isso já me ajudou (e ajuda) demais!

vez ou outra tem alguém querendo empurrar curso de inglês, é verdade, mas nem tudo são flores...

sobre as indicações, é uma prática quase instantânea, vejo alguma pessoa do meu círculo desempregada e já dou um jeito de indicar no trampo (lá é até incentivada a indicação de amigos).

Preciso muito desse filtro. Entendo as indicações como uma moeda de troca assim como tudo funciona nas comunidades opensource. Se a pessoa ajuda, responde dúvidas e sempre tá contribuindo com os demais, essa pessoa merece indicação. O networking como os influencers explicam é tão superficial que parece que você tem que ficar fazendo amiguinho pra poder quem sabe algum dia ser indicado pra alguma coisa (isso dentre milhares de conexões, que parece ter que jogar um jogo de probabilidade).
Bem falado, Spike. Confesso que consolidei a ideia de networking só depois dessa sua frase: > Se a pessoa ajuda, responde dúvidas e sempre tá contribuindo com os demais, essa pessoa merece indicação. Deu até mais ânimo para conversar e participar de rede socialkkkkkkk *(e olha que eu só tenho LinkedIn e o TabNews, praticamente)*.

Eu desisti do LinkedIn há algum tempo. Ele se transformou em um espaço repleto de memes e mensagens de coach motivacional.

Parece que as pessoas estão em busca de likes e aprovação, além de reclamarem das empresas por onde passaram ou estão atualmente.

Infelizmente, tornou-se um lugar cheio de spam. Como sou um desenvolvedor há mais de 10 anos, já estou cansado de receber mensagens de RH que claramente não leram o meu perfil. Recebi até mensagens com meu nome escrito errado, o que mostra que é um simples Ctrl+C, Ctrl+V ou um bot.

Confesso que há poucas coisas valiosas lá atualmente, como quando preciso buscar informações sobre um candidato para minha empresa.

Compartilho das suas ideias sobre o linkedin. atualmente linkedin tem me decepcionado bastante, se tornou um lugar massante e cheio de coisas desnecessárias, não interajo mais com ninguém naquela plataforma e só tenho para colocar informações minha.

Linkedin é o lugar que a galera agradece pro que "segundou" e agradece as novas oportunidades quando é mandado embora.

Não entro lá mais nem se tiver precisando de emprego

Gestores de Rh vivem em uma bolha de excesso de formalismo e artificialidade que da nojo. Eles não conseguem serem humanos nem quando querem.

A ideia que eu tenho quando entro no linkedin atualmente, e sou recente na rede, é que ela praticamente virou um facebook da vida. Vejo mais perfies de meme que realmente de empresa, se importam com like e não com trabalho, que aconteceu? Muito chato isso, me desmotiva à usar a rede.

Putsz, cara. Concordo em parte com a sua visão. Tem razão ao perceber uma "padronização"/mesmice já sem muito valor dos posts. Como você mesmo disse:

Por mais válido que sejam as publicações, isso virou apenas uma receita para ganhar like.

Contudo, há um ponto que eu percebo que, querendo ou não, atinge qualquer Rede Social: a Reciclagem de Conteúdo.

Reciclagem de Conteúdo

Se eu não estou enganado, essa é uma técnica que muitos criadores de conteúdo usam para fomentar os perfis. Um exemplo é alguma postagem sobre Home Office vs Presencial, como você disse. Um perfil faz um post com esse conteúdo e, depois de um mês (talvez menos ou mais que isso), ele reposta o mesmo conteúdo sobre Home Office vs Presencial.

Sinceramente, acho que isso é uma faca de dois gumes porque serve tanto para engajar e apresentar para um público novo (às vezes é a primeira vez que alguém tá vendo um conteúdo desse tipo ou desse perfil) quanto para "cansar" o público que já acompanha (afinal, esse público já tinha visto uma postagem parecida).

Descanse

Se olharmos pela perspectiva de um criador de conteúdo, essa é uma estratégia legítima (ainda mais se o criador tiver a sagacidade de linkar o conteúdo com algum tema recente).

Mas eu concordo que às vezes se torna muito cansativo ficar consumindo "informação reciclada". Confesso que isso é até um pouco desanimador quando acontece em alguma plataforma com um potencial diferenciado (assim como o TabNews).

Para resolver isso, sugiro que façamos o que é bastante subestimado hoje em dia: descanso. Não tô falando de esquecer das coisas que tem que fazerkkkkk, mas de dar um tempo para nós mesmos; para o nosso cérebro "digerir" aquelas informações (ainda mais as "recicladas") antes de consumir mais.

Agradeço pelo insight

Lendo a sua postagem, você me deu um insight muito bom de publicar os meus "projetos bacanas" (como você disse). Espero ter contribuído um pouco aqui também. Vlww 😁😁

O mesmo acontece em qualquer outra rede social. E o mesmo acontece em toda a web. O problema é sua rede (conexões e quem você segue), não a plataforma. É simples: Exclua e/ou pare de seguir quem publica "assuntos que eu não aguento mais ler no LinkedIn", e mantenha apenas o que é relevante pra você. E se não conseguir encontrar mais nada relevante, saia da plataforma.

Eu particularmente sou avesso a redes sociais. Mas confesso que todas elas podem ser úteis de alguma forma. Basta aprender a filtrar distração de conteúdo relevante.

Eu ja consegui até promoção via linkedin, onde eu trabalhava. Eu simplesmente postava conteúdo original sobre o que eu estava aprendendo na época. Um chefe de uma outra área da empresa viu e me chamou pra conversar. Fui trabalhar no time dele, e em alguns meses, estava promovido.

O que eu quero contar com essa historia?

Eu quero dizer que não importa o que a massa faz. Não importa as discussões fúteis e malucas. Se vc "faz o seu", alguém que esteja a procura de "quem faz o seu" vai te encontrar.

O Linkedin é uma excelente ferramenta nas mãos de quem sabe usar.

Não seria esse post, mais um "post linkedin"? Que contém uma análise da plataforma - com um tom um tanto indignado - e não me entenda mal, com pontuações que refletem a realidade.

Já vi análises semelhantes (em tom semelhante), por exemplo, apontando que o IN é um universo mágico de sucesso, trabalhos perfeitos, gente motivada, ops, "mais um ciclo se encerra" e por ai vai.

No geral, redes sociais - e isso inclui até o TabNews - dão espaço para pessoas "falarem". E o que estamos vendo nessas redes, são justamente o efeito de ter pessoas.

Pessoas são superificais, mas podem também ser profundas (lá ele)

Podem ser sensatas, convictas, ignorantes, esclarecidas, enviesadas e muito mais, tudo isso ao mesmo tempo. Hoje de um jeito, amanhã de outro.

É por isso que ao meu ver, nunca foi tão necessário saber sobre nós mesmos, os seres humanos.

Interessante, pedem tanta coisa nas vagas jr que quem nao conseguiu fazer estágio como eu por exemplo, pensa que jamais vai conseguir uma vaga. Chega parecer algo inalcançável. Após uns anos tentando e estudando dia após dia eu deixei quieto e programo por hobby. Acho que ha outras áreas que se pode ganhar bem.

Algoritmo de rede social funciona tudo do mesmo jeito, ele observa o que vc está fazendo na rede e entende que o que vc faz ali é justamente o que vc gosta. Na economia da atenção, é de interesse da rede que vc gaste a maior parte do tempo nela, sabendo disso, é possível vc manipular o algoritmo para montar sua própria bolha dentro da rede, ou seja, qnt mais vc interage com assuntos que te interessam, mais deles serão apresentados.

É muito chato quando eu entro no linkedin e vejo um post do tipo "Qual é a melhor linguagem de programação" ou "Home Office vs presencial", e pegam MUITOS E MUITOS likes. Ai, quando eu vou fazer um post de um projeto que durou MESES para ser feito, contando minha XP, oq eu usei e o por quê(algo realmente informativo) pega 1 ou 5 likes. Cara, isso me deixa realmente muito chateado, parece que as pessoas só entram para ver assuntos completamene rasos. Triste, me faz até pensar que sou um merda e na verdade td que faço é simplismente idiota e superficial.