Modelos de IA superam especialistas em vírus de laboratório

O experimento, conduzido em parte pela universidade brasileira UFABC, envolveu questões técnicas de alta complexidade, simulando situações em que vírus são cultivados em tipos específicos de células, sob determinadas condições, com o objetivo de diagnosticar falhas no processo.

Enquanto virologistas com doutorado obtiveram, em média, 22,1% de acerto em suas áreas de especialidade, o modelo o3 da OpenAI atingiu 43,8% de precisão, seguido pelo Gemini 2.5 Pro (37,6%) e Claude 3.5 Sonnet (33,6%).

Um dos coautores do estudo destaca que, pela primeira vez, qualquer pessoa tem acesso a um “especialista” em virologia que não julga e é capaz de orientar em procedimentos laboratoriais avançados — inclusive em aplicações de risco, como a criação de armas biológicas.

Isso levanta preocupações quanto ao uso indevido da tecnologia, já que indivíduos sem qualquer treinamento formal podem aprender a manipular agentes infecciosos, atividade restrita a laboratórios com certificação de Biossegurança Nível 4 (BSL-4).

Em reconhecimento ao estudo, a xAI anunciou em fevereiro que “possivelmente” implementaria salvaguardas específicas em interações relacionadas à virologia, como o treinamento do Grok para recusar solicitações nocivas. A OpenAI afirma que seus modelos mais recentes, o o3 e o o4-mini, já contam com múltiplas camadas de proteção contra riscos biológicos, incluindo bloqueios automatizados de respostas perigosas.