Por que as pessoas fazem perguntas ao invés de simplesmente pesquisarem?
Assim como muitos de vocês, sou um usuário recorrente do Stack Overflow (confesso que usufruo mais do que contribuo :p). Assim como eu, você já deve ter se deparado com uma ou outra questão que foi marcada como duplicata de outra pergunta realizada anteriormente por algum outro usuário. E na maioria das vezes, pergunta essa com respostas que sanam muito bem as dúvidas que o usuário em questão estava tendo.
Mas isso não é apenas no Stack Overflow. Vejo com certa frequência pessoas em comunidades e fórums de tecnologia na internet realizando perguntas tão genéricas que poderiam ter sido esclarecidas rapidamente se o usuário que a perguntou tivesse reservado alguns segundos do seu tempo para pesquisá-la no Google.
Durante um bom tempo me fiz essa pergunta: "Por que essas pessoas insistem em desperdiçar o tempo delas (e às vezes, o nosso) com perguntas para as quais elas poderiam obter respostas apenas pesquisando na internet?"
Há um tempo atrás, me deparei com uma pergunta muito semelhante a essa no Stack Exchange, a qual o autor da resposta aceita explicou em detalhes o porque dele achar que isso acontecia. Me lembrei dela recentemente e decidi escrever esse pequeno resumo sobre:
Avanço dos meios de comunicação
O autor atribui boa parte disso ao fato das pessoas (principalmente aquelas nascidas nos anos 2000) terem acesso frequente a uma quantidade enorme de informações sem muita dificuldade.
Na TV você tem acesso a diversos canais, com programas ou noticiários locais que te bombardeiam com informações resumidas e de forma ininterrupta. Já nas redes sociais, você pode simplesmente deslizar seu dedo sobre a tela de um smartphone para ter acesso a novas notícias e publicações sobre outras pessoas.
Isso acabou por criar um mau hábito, onde as pessoas quase não precisam de esforço para aprenderem sobre algo. Essa legião de pessoas preguiçosas só foi aumentando conforme o avanço da internet e outros meios de comunicação.
Você precisava ser persistente
O autor também adiciona que em sua época (entre as décadas de 80 a 90), caso possuísse uma dúvida sobre um determinado assunto, ele precisava ir até uma biblioteca e procurar por um livro que abordasse o tema. A partir dai, ele então passava vários minutos ou até mesmo horas lendo até encontrar a resposta para a sua pergunta (isso é, se ela de fato estivesse naquele livro).
Ele também afirma que o surgimento de plataformas como a Wikipédia revolucionaram a forma como as pessoas buscavam por informações, visto que bastava digitar algumas palavras em um campo de busca para ter acesso a um amplo acervo de conteúdo, com artigos recentes ou antigos sobre basicamente qualquer assunto de interesse.
Em resumo
Elas poderiam pesquisar, mas não o fazem porque não querem.
Por estarem sempre sendo expostas a informações "fáceis" por outros a sua volta, as pessoas perderam o interesse na auto busca por respostas, onde muitas das vezes elas preferem perguntar a outras pessoas do que se esforçarem para descobrir por conta própria.
O mar de informação em que estamos submetidos é desorientador para aqueles que não desenvolveram habilidade de manipular essa torrente de dados em seu favor. Leva tempo para reunir fontes, organizar o tópics de um determinado campo do conhecimento na cabeça. O fato é que não há receita de bolo para adquirir este senso de curadoria, a pesquisa deve ser feita primeiro e só em caso de falha buscar o auxilio de alguém mais experiente.
Bem interessante. Isso tem tornado as novas gerações cada vez mais rasas e manipuláveis. Acabam acreditando cegamente na resposta que recebem, na maioria das vezes sem nenhum questionamento.
Existe o outro lado, a maioria das pessoas são analfabetas funcionais, e analfabetas tecnologicas.
No meu caso eu sofro com outro problema. Quando eu chego até uma pessoa para saber de algo, é porque eu já esgotei todas as outras alternativas ao meu alcance que responderia minha dúvida.
Porém ao chegar na pessoa me causa uma frustação muito grande, pois eu já estou na pagína 5 e ela quer me tratar como se eu tivesse na página 1. E o pior, se eu não sei, ela também não sabe, mais eu prejumi que ela saberia mais do que eu. A verdade é que o que ela sabia era o mesmo que eu já sabia ao esgotar as possibilidades.
Então a minha dica para as pessoas antes de auxiliar a outra é primeiro descobrir de que ponto ela está partindo, qual o nível de informação ela já sabe para que não perdesse o tempo da pessoa em coisas que ela já sabe.
É igual quando vc liga em uma operadora de internet e ela fala pra você reiniciar o modem que resolve o problema. As pessoas não estão no mesmo nível de conhecimento, não trate todas iguais.